Os dados disponíveis sobre os custos de construção de infraestruturas de alta velocidade apresentam um enorme intervalo de variação: mencionam-se valores que oscilam entre os 4 e os 48 milhões de euros2005 por quilómetro de via dupla. Esta dispersão explica-se por diferenças em termos de orografia e tipo de terreno, diversidade de normativas técnicas, ambientais e urbanísticas; custos distintos associados a cada país e também diferentes características técnicas e prestações.

 

Desta forma é muito complexo realizar uma análise do tipo “top down” que separe o efeito de todos estes factores e que permita a sua análise separadamente. Por isso, neste artigo realiza-se uma análise do tipo “bottom-up” para analisar a influência no custo de investimento de uma nova infraestrutura ferroviária da velocidade para a qual esta é dimensionada. Mantendo todos os restantes factores fixos –tais como os custos unitários, a capacidade resistente do terreno ou as normativas aplicáveis-, comprova-se que se registam grandes diferenças entre os custos de construção em função do relevo do terreno; mas para o mesmo tipo de relevo, o impacto da velocidade na variação do custo é muito menos importante.

 

As conclusões podem resumir-se destacando que os custos apresentam, para uma determinada velocidade, uma grande variabilidade em função do relevo do terreno (sendo observadas diferenças da ordem de 1 a 8), enquanto a variabilidade para o mesmo tipo de relevo ao alterar a velocidade é mais limitada: oscilando entre 1 a 1,3 e 1 a 1,97 ao passar de 200 a 350 km/h para a construção de uma nova linha em via dupla.